quarta-feira, 19 de novembro de 2014

VISAGISMO NA LUTA CONTRA OS EFEITOS DO FORMOL

Visagistas alertam contra o uso de formol em salões de beleza Leia atentamente a nota apresentada pelo Instituto Nacional do Câncer - INCA a respeito do formol:
Sinônimos: formaldeído, formalina, metil aldeído, metileno glicol, oxido de metileno, metanal, formalida 40, morbicida, BFV, formalite, aldeído fórmico, Yde, Ivalon, Karsan, Lysoform, Oxometano, Oximetileno, CAS 50-00-0.
O formaldeído é um gás produzido mundialmente, em grande escala, a partir do metanol. Em sua forma líquida (misturado à água e álcool) é chamado de formalina ou formol – solução aquosa: 37 a 50% de formaldeído e 6-15% de álcool que tem função de estabilizante (IARC, 2004, OSHA, 2002).
A produção anual de formol é de aproximadamente 21 milhões de toneladas. É muito utilizado em resinas sintéticas, fenólicas, uréicas e melamínicas nas indústrias de madeiras, papel e celulose; em abrasivos, plásticos, esmaltes sintéticos, tintas e vernizes; na indústria têxtil e de fundição; em adesivos, isolantes elétricos, lonas de freio, etc. Fontes comuns de exposição inclui ainda o que é liberado pelos veículos, a fumaça do cigarro, o uso de desinfetantes, conservantes e produção e uso de fungicidas e germicidas (IARC, 2004). Comparado a outros países, o Brasil é um médio produtor de formaldeído, mas essa produção tem experimentado um grande incremento, principalmente a partir da década de 90.
Uso como alisante de cabelos A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer classifica as ocupações de cabeleireiro e barbeiro no grupo 2A, ou seja, os agentes químicos a que são expostos no exercício de suas funções foram classificados como prováveis cancerígenos (IARC, 1993). A exposição é diária e abrange uma grande quantidade de produtos, incluindo tinturas e descolorantes, shampoos e condicionadores, loções para cabelos, unhas e pele. Sabe-se também que não há utilização de equipamentos de proteção individual ou coletiva. Nos últimos anos, no Brasil, os salões de beleza têm utilizado extensivamente o formol como alisante capilar nas denominadas escovas progressivas – método de alisamento que para alcançar o efeito desejado deve ser feito múltiplas vezes. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa proibiu o seu uso com essa função, mas a técnica continuou sendo utilizada por muito tempo, por profissionais de beleza, pois como não há produtos com formol autorizados com a função de alisar os cabelos, supõe-se que o mesmo vem sendo adicionado aos cabelos a critério de cada especialista. A Anvisa estabeleceu que o uso do formol é permitido apenas como conservante na concentração de 0,2% e como endurecedor de unhas na concentração de 5% (RDC nº 162 de 11 de setembro de 2001). A Anvisa proibiu também o uso do formol em produtos de limpeza (detergentes, desinfetantes, alvejantes e demais materiais saneantes – RDC nº 35, de 03 de junho de 2008), baseados no artigo 5º da Resolução nº 184 de 22 de outubro de 2001, que proíbe o uso de substâncias carcinogênicas, terotogênicas e mutagênicas nas formulações de produtos saneantes. Em 17 de julho de 2009, outra Resolução foi publicada no Diário Oficial da União - RDC No- 36. Proíbe a exposição, a venda e a entrega ao consumo de formol ou de formaldeído (solução a 37%) em drogaria, farmácia, supermercado, armazém e empório, loja de conveniência e drugstore. Discorre ainda sobre a adição de formol: “Art. 2º A adição de formol ou de formaldeído a produto cosmético acabado em salões de beleza ou qualquer outro estabelecimento acarreta riscos à saúde da população, contraria o disposto na regulamentação de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e configura infração sanitária nos termos da Lei no- 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil, administrativa e penal cabíveis.” A finalidade dessa Resolução foi de restringir o acesso da população ao formol, coibindo o desvio de uso do formol como alisante capilar, protegendo a saúde de profissionais cabeleireiros e consumidores. Dados recebidos pela Anvisa mostram que as notificações de danos causados por produtos para alisamento capilar triplicaram no 1º semestre de 2009 em comparação com todo o ano de 2008, sendo que na maioria dos casos há suspeita do uso indevido de formol (e também de glutaraldeído) como substâncias alisantes. No Estado do Rio de Janeiro, no dia 18 de março de 2009, o governador Sérgio Cabral sancionou uma lei (5.409/09) que obriga os salões de beleza do Estado do Rio de Janeiro a informar em cartaz afixado em local de fácil visualização, o seguinte texto: “O uso de formol nos tratamentos capilares é proibido e causa males à saúde. Comissão de Defesa do Consumidor da Assembléia Legislativa do Rio – telefone 0800 282 7060”. Existem substâncias ativas específicas com propriedades alisantes como o ácido tioglicólico, hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, hidróxido de cálcio, hidróxido de lítio e hidróxido de guanidina alumínio que são permitidos pela legislação brasileira. Devido a semelhança química com o formol, o glutaraldeído vem sendo utilizado sem permissão da Anvisa com a finalidade de alisante, mas que apresenta os mesmos riscos e restrições (Anvisa, 2009).   Outras fontes de exposição ao formaldeído - não ocupacionais No ambiente Embora o formaldeído seja um componente natural presente no ar, fontes atropogênicas usualmente contribuem para o aumento desses níveis. Concentrações de formaldeído em áreas urbanas são mais variáveis e dependem das condições locais. Geralmente variam de 1-20 g/m3. Em condições de tráfico pesado ou durante inversões severas podem se estender para acima de 100 g/m3, como o que foi registrado no Brasil, em Salvador-Bahia (de Andrade et al, 1998). No interior das residências As concentrações de formol no interior das residências dependem das fontes de formaldeído existentes, o tempo de permanência dessas fontes, da ventilação, da temperatura e da umidade. Como exemplo pode-se citar materiais isolantes, compensados e tábuas finas, carpetes, tintas e vernizes, roupas e tecidos, fumaça do tabaco e o uso de formol como desinfetante (Dingle et al, 2000; Jurvelin 2003). Cosméticos A população pode entrar diretamente em contato com produtos que contém formol, formalina e/ou paraformaldeído pelo uso de shampoos e outros cremes para o cabelo; desodorantes, produtos de banho, cremes e loções para a pele. O contato pode se dar nos olhos (máscara e maquiagem), na mucosa oral (refrescantes bucais), na mucosa vaginal (desodorantes vaginais) e nas unhas (removedores de cutícula, cremes e loções de unhas). O uso de aerossóis pode resultar numa potente fonte de inalação do formol (Cosmetic Ingredient Review Expert Panel, 1984). Alimentos O formaldeído ocorre naturalmente nos alimentos, e esses também podem estar contaminados por fumigantes (ex. grãos), durante o cozimento (como produto da combustão) e pela liberação de resinas de formaldeído a partir da louça. Tem sido também utilizado como agente bacteriostático em alguns alimentos como queijos (na Itália é permitido o uso controlado como agente bacteriostático) (Restani et al, 1992). Frutas e vegetais tipicamente contém de 3-60 mg/kg, leites e produtos lácteos contém cerca de 1mg/kg. Carnes e peixes contêm 6-20mg/kg e moluscos contém 1-100mg/kg. A água para consumo geralmente contém menos de 0,1mg/kg (WHO, 1989). É utilizado na indústria para inibir o crescimento bacteriano durante a produção de sucos (ATSDR, 1999). Tabagismo Concentrações de 60-130 mg/m3 tem sido medido na corrente principal da fumaça do cigarro. Uma pessoa que fuma 20 cigarros/dia, expõe-se ao equivalente de 1 mg/dia (WHO, 2001). Interação com outros agentes químicos O formaldeído, a acroleína, o acetaldeído e o crotoaldeído são os maiores contaminantes do ar e podem estar simultaneamente em muitos ambientes internos e externos. Esses agentes químicos são todos irritantes do tato respiratório e, em concentrações elevadas, danificar o epitélio nasal em animais experimentais. Dependendo da duração e concentração da exposição, as interações variam do antagonismo para potencialização e um evidente sinergismo  (WHO, 2001). Toxicidade Devido a sua solubilidade em água, o formol é rapidamente absorvido no trato respiratório e gastrointestinal e metabolizado. Embora o formol ou metabólitos sejam capazes de penetrar na pele humana, a absorção dérmica é mais leve, porém podem induzir a dermatites de contato. Desta forma, o formol é tóxico se ingerido, inalado ou tiver contato com a pele, por via intravenosa, intraperitoneal ou subcutânea.  Efeitos do formol em humanos após exposições de curta duração
Média de concentraçãoTempo médioEfeitos à saúde população geral
0,8 - 1 ppm
Exposições repetidas
percepção olfativa
até 2 ppm
Única ou repetida exposição
irritante aos olhos, nariz e garganta
3 – 5 ppm
30 minutos
lacrimação e intolerância por algumas pessoas
10 – 20 ppm
Tempo não especificado
dificuldade na respiração e forte lacrimação
25 – 50 ppm
Tempo não especificado
edema pulmonar, pneumonia, perigo de vida
50 – 100 ppm
Tempo não especificado
pode causar a morte
Fonte: Adaptado World Health Organization (1989); IARC (1995); WHO Regional Office for Europe (1987). Sintomas frequentes em caso de intoxicação: Inalação: fortes dores de cabeça, tosse, falta de ar, vertigem, dificuldade para respirar e edema pulmonar.  Pode causar ainda irritação nos olhos, nariz, mucosas e trato respiratório superior. Em altas concentrações pode causar bronquite, pneumonia ou laringite. Ingestão: causa imediata e intensa dor na boca e faringe; dores abdominais com náuseas, vômito e possível perda de consciência.  Também podem ser observados sintomas como proteinúria, acidose, hematemesis, hematúria, anúria, vertigem, coma e morte por falência respiratória. Ocasionalmente pode ocorrer diarréia (com possibilidade de sangue nas fezes), pele pálida, fria e úmida além de sinais de choque como dificuldade de micção, convulsões, e estupor. A ingestão também pode ocasionar inflamação e ulceração /coagulação com necrose na mucosa gastrintestinal, colapso circulatório e nos rins. Podem ocorrer danos degenerativos no fígado, rins, coração e cérebro. Pele: O contato com o vapor ou com a solução pode deixar a pele esbranquiçada, áspera e causar forte sensação de anestesia e necrose na pele superficial. Longos períodos de exposição podem causar dermatite e hipersensibilidade, rachaduras na pele (ressecamento), ulcerações, principalmente entre os dedos. Olhos: Pode causar conjuntivite. Revisão da Literatura sobre carcinogênese do formol: Algumas avaliações feitas pela IARC - International Agency for Research on Cancer da Organização Mundial da Saúde sobre o formaldeído foram concluídas em 1987 (Suplemento 7) que classificou o formaldeído no grupo 2A - provável cancerígeno em humanos - e manteve essa classificação também em 1995 (Volume 62). Em 2003, foi montado um grupo de trabalho com cientistas da mesma Agência, que reavaliaram os resultados de estudos existentes e optaram pela reclassificação do formaldeído quanto ao seu potencial cancerígeno. Desta forma a partir de julho de 2004, a IARC classificou este composto como carcinogênico (Grupo 1), tumorogênico e teratogênico por produzir efeitos na reprodução para humanos e em estudos experimentais demonstraram ser também, para algumas espécies de animais. O formaldeído é um agente reconhecidamente cancerígeno em humanos Em relação ao câncer - não há níveis seguros de exposição Tipos de câncer associados a exposição do formaldeído De nasofaringe A mortalidade por câncer de nasofaringe apresentou um aumento estatisticamente significativo em um estudo de coorte dos Estados Unidos (EUA) em trabalhadores de industrias expostos ao formaldeído, e em dois outros estudos de coorte dos EUA e Dinamarca. Cinco de sete estudos caso-controle estudados, também acharam o risco elevado para exposição de formaldeído. O Grupo de trabalho considerou que era "inverossímil que todos os casos positivos poderiam ser explicado por viés ou por fatores de confundimento desconhecidos" e concluiu que existe evidência suficiente em humanos que o formaldeído causa câncer de nasofaringe. A neoplasia maligna de nasofaringe é um evento raro, porém apresenta um dos piores prognósticos dentre os tumores malignos de cabeça e pescoço, pela proximidade da base de crânio e de outras estruturas vitais, pela natureza invasiva do tumor e por causar sintomas tardios e a dificuldade no exame da nasofaringe. Além do formol, os fatores ambientais/ocupacionais associados ao câncer de nasofaringe são as nitrosaminas (presentes no peixe salgado seco), os hidrocarbonetos policíclicos, o níquel, a madeira, os produtos têxteis, os produtos derivados do refinamento do petróleo, os pigmentos de cromo, a exposição à fumaça industrial, o gás mostarda, o gás hidrocarbônico e a fuligem de madeira. Pode-se ainda associar fatores como o uso crônico de álcool e tabaco, condições precárias de vida, infecções nasossinusais de repetição, e a associação com a infecção pelo vírus Epstein-Barr, principalmente em pacientes do sudeste asiático, onde a população afetada geralmente é mais jovem quando comparada à população caucasiana (Mukerji et al. 2003). Leucemia
Existe "forte, mas não suficiente evidência para uma associação causal entre leucemia e exposição profissionais a formaldeído". Adenocarcinoma nasal Existe evidência limitada em humanos de câncer nasal causado por formaldeído. Genotoxicidade e citotoxicidade do formol O formaldeído é genotóxico em modelos in-vitro, animais e humanos. A genotoxicidade e citotoxicidade têm papéis importantes na carcinogênese do formaldeído em tecidos nasais Considerações: Em relação ao câncer, ressalta-se que não há limites seguros de exposição a agentes cancerígenos. - Apesar das leis que proíbem o uso de formol como alisante de cabelos, essa prática continua sendo utilizada amplamente por salões de beleza no Brasil, mesmo porque a procura pelos efeitos do uso de formol nos cabelos continua crescente. -  Os cabeleireiros fazem parte de uma força de trabalho que por si só, constituem uma circunstância de risco para o desenvolvimento de câncer, por trabalharem com inúmeras tintas, misturas e produtos já classificados como cancerígenos. Adicionando-se a manipulação do formol, que para essa finalidade, parece ser uma particularidade do nosso país, o risco tende a crescer. - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária vem aos poucos, elaborando leis cada vez mais restritivas ao uso do formol e propondo substituição desse agente em vários produtos. No entanto, empenhos devem ser feitos em relação a fiscalização dos ambientes de trabalho. - Embora no Rio de Janeiro, haja uma lei específica, sobre a obrigatoriedade de informar ao cliente que frequenta salões de beleza de que o uso do formol está proibido por lei, essa prática não tem sido observada na prática. - Embora no Brasil, o uso do formol tem ganhado mais atenção pela mídia, dado o uso como alisante de cabelos, não deve ser esquecido o seu uso em outras categorias profissionais como em técnicos de laboratório e patologistas, que geralmente trabalham em locais fechados. Fonte: http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=795
Tratamentos Alternativos:
    Tratamento de Desprogressivação
Tratamento de Desprogressivação 
Aplicação Única
                                                                 
Tratamento de Desprogressivação + Tratamento Angel 1º sessão

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